segunda-feira, janeiro 31, 2005

Amador

"Quando te chamarem de amador não se irrite. Lembre-se que amadores fizeram a Arca de Noé, profissionais fizeram o Titanic"
(Anônimo)

sexta-feira, janeiro 28, 2005

Dia do Comércio Exterior

DIA DO COMÉRCIO EXTERIOR

Meus cumprimentos a todos colegas profissionais e a todos que de
uma forma direta ou indireta contribuem com o desenvolvimento do comércio internacional brasileiro.


RUMO AO DESENVOLVIMENTO...

quarta-feira, janeiro 26, 2005

Síntese das Antíteses

Só temos consciência do belo, quando conhecemos o feio.
Só temos consciência do bom, quando conhecemos o mau.
Porquanto, o Ser e o Existir se engendram mutuamente.
O fácil e o difícil se completam.
O grande e o pequeno são complementares.
O alto e o baixo formam o todo.
O som e o silêncio formam a harmonia.
O passado e o futuro geram o tempo.
Eis porque o sábio age, pelo não-agir e ensina sem falar.
Aceita tudo que lhe acontece, produz tudo e não fica com nada.
O sábio tudo realiza - e nada considera se. Tudo faz - e não se apega à sua
obra. Não se prende aos frutos da sua atividade. termina sua obra, e está
sempre no princípio.
E por isso a sua obra prospera.
(Tao te king - Lao Tsu)

terça-feira, janeiro 18, 2005

Como ganhar e perder pontos c/ uma mulher

A IMPORTÂNCIA DAS PRELIMINARES

1. Tarefas simples:
- Você faz a cama (+1)
- Você deixa a tampa da privada levantada (-5)
- Você troca o papel higiênico que acabou (+2)
- Você vai ao mercado só pra comprar papel higiênico (+5)
- ... na chuva (+8)
- ... mas retorna com cerveja (-15)
- Você levanta de noite, pois ela ouviu um barulho estranho (0)
(quando não há pontuação é pq o homem não faz nada mais que sua obrigação)
- Você levanta de noite, mas o barulho não foi nada (0)
- Você levanta de noite e o barulho era de um rato (+5)
- Você mata o rato (+10)

2. Social:
- Você fica ao lado dela a festa inteira (0)
- Você vai beber ao lado dos amigos (-2)
- Entre os amigos está uma mulher chamada Fernandinha (-4)
- Fernandinha é loira e magra (-16)
- Fernandinha o conhece (-180)

3. O aniversário dela...
- Você a leva para jantar fora (0)
- Leva para jantar fora e não é o restaurante de sempre (+1)
- É o restaurante de sempre (-2)
- É um boteco (-3)
- É um boteco e a TV está mostrando futebol (-10)

4. Passeios com amigos:
- Você sai com um amigo sem avisar (-3)
- O amigo é solteiro (-14)
- O amigo é cheio de namoradas (-27)
- O amigo dirige um conversível (-180)
- A Fernandinha vai junto!!! (-500)

5. Uma noite fora:
- Você a leva para o cinema (+2)
- Para ver um filme que ela gosta (+4)
- Para ver um filme que ela gosta e você odeia (+6)
- Você a leva para ver um filme que você gosta (-2)
- O filme se chama 'O massacre da serra elétrica III' (-13)
- Você mentiu e disse que seria um filme francês de amor (-135)
- Na saída do cinema você encontra a Fernandinha e ela faz "aquela" cena: Queriiiidoo, há quanto tempo!!! (-750)

6. Grandes questões:
- Ela pergunta 'Eu estou gorda?' (-1) (é, você perde um ponto de qualquer jeito!)
- Você pensa antes de responder (-10)
- Você diz que não (-35)
- Você diz que gosta dela mesmo que ela esteja gorda (-280)
- Você faz comentários a respeito do corpo da Fernandinha (-750)

7. Comunicação (ela quer contar algo):
- Você ouve com uma expressão atenta (0)
- Você ouve por mais que 30 minutos (+5)
- Ouve por mais que 30 minutos s/ olhar para a TV (+10)
- Ela percebe que você está dormindo de olhos abertos (-320)
- Você balbuceia o nome da sua querida amiga "Fe... Fernandinha", enquanto está dormindo de olhos abertos (-1.000.000 + divórcio e pensão pro resto da vida)

Você percebeu que agradar uma mulher não é tarefa tão difícil assim.
Basta um pouco de boa vontade.... E NÃO TER UMA AMIGA CHAMADA FERNANDINHA!!! Ou qualquer outra INHA!!!

segunda-feira, janeiro 17, 2005

Texto by Martha Herzberg

:: HISTÓRIA DOS SENTIMENTOS
by Martha Herzberg adaptado por Lya Luft (Pensar é Transgredir)

Os Sentimentos Humanos certo dia reuniram-se para brincar.
Depois que o Tédio bocejou três vezes por que a Indecisão não chegava a conclusão nenhuma e a Desconfiança estava tomando conta, a Loucura propôs que brincassem de esconde-esconde.
A Curiosidade quis saber todos os detalhes do jogo, e a Intriga começou a cochichar com os outros que certamente alguém ali iria trapacear.
O Entusiasmo saltou de contentamento e convenceu a Dúvida e a Apatia, ainda sentadas num canto, a entrarem no jogo.
A Verdade achou que isso de esconder não estava com nada, a Arrogância fez cara de desdém pois a idéia não tinha sido dela, e o Medo preferiu não se arriscar: "Ah, gente, vamos deixar tudo como está", e como sempre perdeu a oportunidade de ser feliz.
A primeira a se esconder foi a Preguiça, deixando-se cair no chão atrás de uma pedra, ali mesmo onde estava. O Otimismo escondeu-se no arco-íris, e a Inveja se ocultou junto com a Hipocrisia, que sorrindo fingidamente atrás de uma árvore estava odiando tudo aquilo.
A Generosidade quase não conseguia se esconder porque era grande e ainda queria abrigar meio mundo. A Culpa ficou paralisada pois já estava mais do que escondida em si mesma. A Sensualidade se estendeu ao sol num lugar bonito e secreto para saborear o que a vida lhe oferecia, porque não era nem boba nem fingida; o Egoísmo achou um lugar perfeito onde não cabia ninguém mais.
A Mentira disse para a Inocência que ia se esconder no fundo do oceano, onde a inocente acabou afogada, a Paixão meteu-se na cratera de um vulcão ativo, e o Esquecimento já nem sabia o que estavam fazendo ali.
Depois de contar até 99 a Loucura começou a procurar.
Achou um, achou outro, mas ao remexer num arbusto espesso ouviu um gemido: era o Amor, com os olhos furados pelos espinhos.
A Loucura o tomou pelo braço e seguiu com ele, espalhando a beleza pelo mundo, desde então o Amor é cego e a Loucura o acompanha.
Juntos fazem a vida valer a pena mas isso não é coisa para os medrosos nem os apáticos, que perdem a felicidade no matagal dos preconceitos, onde rosnam os deuses melancólicos da acomodação.

sexta-feira, janeiro 14, 2005

Sábios porcos espinhos

Se nada suportamos dos outros, acabaremos sozinhas e morrendo por falta de afeto.

Sábios porcos espinhos. Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo esta situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente. Mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que forneciam calor. E, por isso, tornavam a se afastar uns dos outros. Voltaram a morrer congelados e precisavam fazer uma escolha: Desapareceriam da face da Terra ou aceitavam os espinhos do semelhante.
Com sabedoria, decidiram voltar e ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
Sobreviveram.
O melhor relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas mas aquele onde cada um aceita os defeitos do outro e consegue perdão pelos próprios defeitos.

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Estive pensando...

"Mal por mal, prefiro o de Alzheimer ao de Parkinson.
É melhor esquecer de pagar a cerveja do que derrubar tudo no chão."

domingo, janeiro 02, 2005

Texto by LFV

:: CRÔNICA DA LOUCURA
by Luis Fernando Veríssimo

O melhor da Terapia é ficar observando os meus colegas loucos.
Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra.
Sim, somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou sete outros loucos todos os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou.
Durante quarenta anos, passei longe deles. Pronto, acabei diante de um louco, contando as minhas loucuras acumuladas.
Confesso, como louco confesso, que estou adorando estar louco semanal.
O melhor da terapia é chegar antes, alguns minutos e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera.
Onde faço a minha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas.
Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer dali a pouco.
Ninguém olha para ninguém. O silencio é uma loucura.
E eu, como escritor, adoro observar pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos têm, se são rotarianos ou leoninos, corintianos ou palmeirenses.
Acho que todo escritor gosta desse brinquedo, no mínimo, criativo.
E a sala de espera de um "consultório médico", como diz a atendente absolutamente normal (apenas uma pessoa normal lê tanto Paulo Coelho como ela), é um prato cheio para um louco escritor como eu.
Senão, vejamos:
Na última quarta-feira, estávamos: (1) eu, (2) um crioulinho muito bem vestido, (3) um senhor de uns cinqüenta anos e (4) uma velha gorda. Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual seria o problema de cada um deles.
Não foi difícil, porque eu já partia do principio que todos eram loucos, como eu. Senão, não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados. (2) O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para leva-lo até aquela poltrona de vime.
Deve gostar de uma branca, e os pais dela não aprovam o conseguiu entrar como sócio do "Harmonia do Samba"?
Notei que o tênis estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado.
Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala.
Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro. Talvez apenas a cabeça.
Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso.
Afastei-me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da mala assassina.
(3) E o senhor de terno preto, gravata, meias e sapatos também pretos? Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo.
Corno, na certa. E manso. Corno manso sempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roía as unhas. Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz esse meu personagem. Uma hora tirou o lenço e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assoou o nariz violentamente, interrompendo o Paulo Coelho da outra.
Faltava um botão na camisa. Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual? Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigode daqueles. Tingido.
(4) Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa. Como sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. Não devia fazer amor há mais de trinta anos. Será que se masturbaria? Será que era esse o problema dela? Uma velha masturbadora? Não! Tirou um terço da bolsa e Começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava no quinto cigarro em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve-Rainha por ela,se a conhecesse.
Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o psicanalista. Conto para ele a minha "viagem" na sala de espera. Ele ri, ri muito, o meu psicanalista e diz:
2) O Ditinho é o nosso office-boy.
3) O de terno preto é representante de um laboratório multinacional de remédios lá no Ipiranga e passa aqui uma vez por mês com as novidades.
4) E a gordinha é a Dona Dirce, a minha mãe.
"E (1) você, não vai ter alta tão cedo..."